segunda-feira, 28 de abril de 2008

Planta carnívora (insectívora)


Aspecto da planta (flor amarela para a polinização entomófila)


Pormenor dos caules com pêlos glandulares, que enrolam
quando "caçam" insectos
Herbário na Serra de Aire e Candeeiros, Abril 08

Drosophyllum lusitanicum (L.)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Porque nem tudo é o que parece...


Algarve, Agosto 05

Durmo contigo
Mas tu não estás lá...
Acordo sem ti,
Mas sempre contigo...

Fecho os olhos
E vejo-te...
Estás a milhas
Respiro o teu perfume
Ouço a tua voz...

Dá-me a mão,
Vamos voar,
Para esse mundo irreal,
Só tu e eu.

Vamos sonhar,
Sem nunca acordar...
Quero-te comigo...
Não sei como explicar.

Catarina Cancela

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Folhas de livros


Ilex aquifolium L. , Março 08

"As pessoas que dizem não ter tempo para pensar surpreendem-me. Pela minha parte, posso pensar em duas coisas ao mesmo tempo. Pesar legumes, falar da chuva e do bom tempo com os fregueses, discutir com Mary ou amá-la, zangar-me com as crianças... nenhuma destas actividades impede a marcha de um segundo conjunto de pensamentos, de reflexões, de conjuncturas. Isto deve acontecer com toda a gente. Não ter tempo de pensar deve equivaler a não ter vontade de pensar."

John Steinbeck, O Inverno do Nosso Descontentamento (1962)
Tradução de João Belchior Viegas

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra


Pegada dos Adubinhos, Abril 08

Caro leitor, já mediu a sua pegada ecológica?

Vá a
Earth Day Footprint Quiz e espante-se se lhe chamarem Bigfoot...

Informações: Earthday

Knock-knock-knockin' on heaven's door...


Nature is calling!

"Acordar de manhã e pensar diferente!"
Timothy O' Riordan

Nota: o título deste post foi retirado de uma canção de Bob Dylan, Knockin' on Heaven's Door (album "Pat Garrett and Billy the Kid", 1973)

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Desejo


Carvalho velho, Abril 08

Que os carvalhos por nós plantados em Belazaima atinjam a idade e o porte deste belo exemplar...

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ginkgo Power!

Originária do Extremo Oriente e pertencente à família das Ginkgoaceae, a Ginkgo biloba é considerada um fóssil vivo (com mais de 270 milhões de anos). Apresenta uma enorme capacidade de resistência em condições ambientais adversas, como poluição, pragas e radiação, tendo sobrevivido às explosões atómicas no Japão (!). A árvore pode atingir tamanhos de 20 a 35 metros de altura.

As suas folhas têm grandes poderes medicinais e os seus extractos podem ser usados para melhorar o sistema sanguíneo, combater os danos causados nas células por radicais livres, agindo como antioxidantes. Têm também a capacidade de auxiliar a oxigenação do cérebro. Aliás, na medicina tradicional chinesa, estas folhas são usadas para tratar várias doenças: asma, bronquite, má circulaçao, problemas de pele e até dores de estômago. Contudo os seus frutos tem um certo cheirinho... (lembram-se?)

Esta planta pode encontrar-se um pouco por tudo o mundo sendo capaz de resistir a temperaturas (muito) negativas mas também temperaturas elevadas...

Quanto ao período de maturação sexual, a árvore é fértil entre o 20º e o 1000º ano de vida, garantindo muita estabilidade no que diz respeito à conservação do material genético.

Pesquisa realizada por Mafalda Pereira



"Reservatórios de chuva!


Céu de Lafões, Abril 08

Hum, caem pérolas do céu?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Recuperação Ecológica: miragem ou realidade?


Passeio no carvalhal, Abril 08

Ontem, as turmas do 12ºA e 12ºB meteram-se ao caminho até Belazaima do Chão, concelho de Águeda. Esta "aula de campo" tinha como principal objectivo mostrar in situ os trabalhos de recuperação ecológica, tipo o "Antes" e o "Depois". Para tal subimos ao Cabeço Santo (uf, que canseira...) para observarmos até perder a vista, extensas áreas de eucaliptal e acácias, à mistura...

O primeiro passo para recuperar a nossa floresta autóctone é eliminar (tanto quanto possível) as espécies infestantes presentes, para que estas não interfiram com o desenvolvimento das plantas nativas. Então, para percebermos o quanto é árduo o trabalho de recuperação, e deixarmos uma marca para o nosso futuro, melhor!, o futuro dos nossos filhos (!), deitamos mãos à obra e procedemos ao arranque e corte de plantas infestantes, as acácias, que proliferam naquele solo como cogumelos (completamente destruído por incêndios e sujeito à exploração intensiva de eucaliptos).

O passo seguinte engloba a plantação de espécies vegetais autóctones, como por exemplo carvalhos, azevinhos ou sobreiros, protegendo-os de eventuais predadores e também aí demos o nosso contributo, plantando um pouco mais de trinta árvores. Talvez esta tenha sido a parte mais apreciada por todos, até os espíritos mais "duros" amoleceram ao devolver ao solo plantinhas frágeis mas que um dia serão robustas e magestosas árvores... como se pode ficar indiferente à plantação de árvores? Depois, obviamente, é necessário cuidá-las (proteger e regar, entre outros) e esperar bastante até que se desenvolva uma floresta como falam os livros de histórias...

Impressionou-nos a pobreza em espécies existente na zona de eucaliptal, por oposição à biodiversidade na floresta autóctone: o eucaliptal é seco, quase sem vegetação, apenas se vêem eucaliptos, enquanto que no carvalhal apreciamos um verdadeiro ecossistema, sente-se a vida a pulular, os pássaros cantam e diversas espécies interagem entre si, mantendo um equilibrio "perfeito".

Assim, passámos um dia agradável (tirando a parte de termos caminhado "bastante"), em que aprendemos muito sobre "Recuperação Ecológica". Mais iniciativas destas são de louvar, porque chegou-se ao "momento H": o de agirmos sem esperar que políticos ou outros o façam por nós...


Ah! Medronheiros e salgueiros NÃO SÃO acácias! (eheh...)

Saber mais: Trabalhos de recuperação ecológica

Jorge Vilar

domingo, 6 de abril de 2008

"Foi você que pediu sementes de azevinho?"


Adubinhos a preparar envelopes, Mar 08

Caríssimos leitores, as nossas desculpas por não actualizarmos o blogue tão frequentemente como desejaríamos, mas agora, com a campanha "Semear Azevinhos" a todo o gás, andamos prioritariamente a atender todos os pedidos o mais rápido possível. Em simultâneo, preparamos a colaboração com a Câmara Municipal de S. Pedro do Sul na sensibilização para a importância das plantas autóctones, ao longo do 3º período escolar. Vamos trabalhar em conjunto, boa!

Agradecemos a todos os que nos têm ajudado a promover a campanha, e queremos também que fiquem a saber que ainda há sementes para muitas pessoas, por isso, venham os pedidos!

Catarina Cancela

sexta-feira, 4 de abril de 2008

J. D. Salinger


A erva é verde? Mar 08

"... «O que é que fazia se pudesse mudar o sistema educativo?- perguntou ambiguamente. - Já alguma vez pensou nisso?»//- Bem... Não sei muito bem o que fazia - disse Teddy. - O que sei é que estou bastante convencido de que não começava com as coisas que as escolas normalmente começam. - Cruzou os braços e reflectiu uns instantes. - Acho que primeiro reunia as crianças todas e lhes mostrava como meditar. Tentava mostrar-lhes como descobrir quem são, não apenas os nomes delas e coisas do género... Acho que, mesmo antes disso, as levava a esvaziarem-se de tudo o que os pais e toda a gente lhes disse. // Nem sequer lhes dizia que a erva era verde. As cores não passam de nomes. Quer dizer, se lhes dizemos que a erva é verde, isso faz com que estejam à espera que a erva tenha um certo aspecto, o aspecto que está na cabeça delas, em vez de outro aspecto qualquer que pode ser tão bom, ou mesmo muito melhor do que esse... Não sei. Fazia-as só vomitar o pedaço da maçã que os pais e os outros lhes tinham dado a trincar.
- Não havia o risco de se estar a educar uma geração de ignorantes?
- Porquê? Não seriam mais ignorantes do que o é um elefante. Ou um pássaro. Ou uma árvore - disse Teddy. - Só porque uma coisa é de certa maneira, em vez de se comportar de certa maneira, não quer dizer que seja ignorante.
- Não?
- Não! - disse Teddy. - Além disso, se quisessem aprender as outras tretas todas, nomes e cores e essas coisas, podiam fazê-lo, se lhes apetecesse, mais tarde, quando fossem mais velhos. Mas eu gostaria que começassem por todas as verdadeiras maneiras de olhar para as coisas, e não só da maneira como todos os outros comedores de maçãs olham para as coisas, é isso que eu quero dizer."

Jerome David Salinger, Teddy ( Nine Stories, 1953)
Trad. de José Lima