sábado, 31 de março de 2007

Flores só para oferecer?


(Herbário no jardim da Escola, Mar07)

O que são flores?
Para quem já não se recorda, as flores são conjuntos de folhas e de ramos modificados para a reprodução. São eles:
- Cálice, conjunto das sépalas; com função de proteger o botão floral.
- Corola, conjunto das pétalas; com função principal de "chamar a atenção".
- Androceu, onde se desenvolvem os estames, órgãos responsáveis pela produção de pólen, que mais tarde origina o gâmeta masculino.
- Gineceu, constituído pelos carpelos, órgãos especializados na recepção do pólen e na formação do gâmeta feminino.

E para que servem?
No fundo, estas folhas e ramos especiais estão alterados, especializados em diferentes funções que culminam no objectivo comum e principal de proporcionar à planta a melhor reprodução sexuada possível.
E a melhor reprodução sexuada possível não é propriamente a planta autofecundar-se, porque assim a descendência (contida nas sementes) teria o mesmo conjunto de genes da planta progenitora...
Não, isso não é o desejável! O melhor mesmo é trocar informação genética, duas plantas distintas contribuirem simultaneamente para a concepção de um descendente, isto é, uma planta fecundar outra e produzir seres com pequenas variações entre eles, para tentar assegurar a viabilidade da espécie ao longo dos tempos. Como?

Gâmetas à boleia?
Como podem as plantas procurar um parceiro para a reprodução, entrar em "jogos sexuais" (perdoem-me a expressão) se, diabo!, elas não se deslocam 1 milímetro que seja, pelos seus próprios meios?
Hmm, há que arranjar "boleia", transporte, para que as células sexuais ou "gâmetas" se encontrem e, precisamente, o vento, insectos ou pássaros são o meio de transporte utilizado pelas plantas que, na actualidade, dominam o planeta. Estes "vectores" transportam o pólen de uma planta para outra (polinização) e assim asseguram a "mistura reprodutiva" em plantas. Então o que devem as flores "ser" e/ou conter para que esses animais as visitem?

As flores são vaidosas?
As flores devem sobressair, serem reconhecidas pelos "animais-boleia" e para isso têm de atrair, chamar a atenção, serem vistosas... Essa "vaidade" não fica limitada ao campo visual, com pétalas vivamente coloridas e contrastantes do verde do resto da planta. Também libertam substâncias, que dispersas no ar, lembram a "urgência" de lhes fazer uma visita ( ah, cheirinho a perfume?). E para que essa passagem seja "obrigatória", de todo impossível de evitar, muitas flores oferecem, GRÁTIS!, um líquido acucarado, rico em aminoácidos e outras substâncias, o néctar.
Quem resiste a tudo isto?

Nota final...
As raparigas desta turma lembram aos rapazes (em geral) que flores e raparigas sempre combinaram bem!, e apesar de ser muito "batido" oferecer flores, nós miúdas,
nunca resistimos a uma florzita, por mais zangadas que estejamos...
gabriela

quarta-feira, 21 de março de 2007

Poesia & Primavera


Viburnum (Herbário no jardim da Escola, Mar 07)

Gozo os campos sem reparar para eles.
Perguntas-me por que os gozo.
Porque os gozo, respondo.
Gozar uma flor é estar ao pé dela inconscientemente
E ter uma noção do seu perfume nas nossas ideias mais apagadas.
Quando reparo, não gozo: vejo.
Fecho os olhos, e o meu corpo, que está entre a erva,
Pertence inteiramente ao exterior de quem fecha os olhos -
À dureza fresca da terra cheirosa e irregular;
E alguma coisa dos ruídos indistintos das coisas a existir
E só uma sombra encarnada de luz me carrega levemente nas
órbitas,
E só um resto de vida ouve.

Alberto Caeiro, Poesia

terça-feira, 20 de março de 2007

Folhas de outros "livros"


Umbilicus rupestris (Herbário no Pisão, Jan 07)


segunda-feira, 19 de março de 2007

Simplicidade (II)


Lithodora prostata ( Herbário no Pisão, Jan 07)

Uma cigarra

De coração puro e sedento,
Toda a noite em vão cantaste-
A última nota exalada,
Entre árvores verdes, indiferentes.
Arrastado como um destroço
Deixei que as ervas ocupassem o jardim.
A ti, cantora, agradeço o conselho
De uma vida pobre e honesta.


Li Shang-Yin, Chuva na Primavera e outros Poemas, trad. José Alberto Oliveira

sábado, 17 de março de 2007

«Se eu mandasse...» (I)

Se eu mandasse, nem que fosse só por um bocadinho, abolia imediatamente a caça em todo o território do país. Abomino caça (dores?), desculpem-me a sinceridade. Absolutamente ninguém poderia abater um único animal selvagem sem um motivo racionalmente justificável.

Pensem: para quê andar aos tiros a animais, se há tantas e tão boas alternativas para os tempos livres? Em minha opinião, muito melhores e de sucesso garantido (quantas vezes não se caça nada?). Também, não é preciso ser-se caçador para se passear pelos montes e campos, calcorrear trilhos... e se trocassem a arma pela máquina fotográfica?
Podem até argumentar que as espécies cinegéticas são insubstituíveis no prato. Discordo. As tecnologias alimentares, sem dificuldades, poderão desenvolver alimentos, por exemplo batatas fritas ou outros, com sabor a perdiz ou javali...


Os caçadores poderiam experimentar jogar "Paintball". Acredito que este jogo seria fantástico para este tipo de pessoas, as que apreciam a caça. Utiliza, igualmente, armas pessoais (andam aos tiros uns aos outros...), fazem bastante exercício físico (nas perseguições...) e não faltarão emoções fortes, suspense...ah, o sangue dos animais é substituído por tinta inócua. O que é preciso mais?

Na verdade, todos ganharíamos com esta «reconversão» dos actuais caçadores portugueses: o ambiente ficaria livre dos resíduos dos cartuchos das espingardas, deixaria de existir o barulho "forte" das armas a disparar (às vezes perto demais das habitações...) e o abate desnecessário de espécimes lindos e inofensivos, entre outros.

Era assim tão mau?
gabriela

quinta-feira, 15 de março de 2007

O Homem amigo da Natureza?


( Herb. em S. Pedro do Sul, Mar 07)


Na actualidade, muitas espécies vegetais correm risco de extinção. Percebem a ironia? Elas "mantêm" o ser humano vivo, e o que é que lhes damos em troca? Pois, uma "machadada"! E acendalhas...
A madeira das árvores tem uma utilização muito abrangente: o fabrico de papel, móveis, edifícios, lápis, tecidos e filmes fotográficos, entre outros. Na alimentação, também serve de aditivo, é utilizada na produção de certos queijos, mistura para bolo e até de gelado.
O abate predatório das árvores para estes fins, constitui uma das principais causas para a extinção das espécies. E à medida que o homem derruba as árvores e vai acabando com as florestas e outros habitats, as espécies animais que ali vivem também vão desaparecendo uma a uma.

Acreditam que será possível inverter a tendência?
jorge

quarta-feira, 14 de março de 2007

Tesouros menosprezados


Quercus (Herbário em Reigoso, Mar 07)

terça-feira, 13 de março de 2007

Folhas só para enfeitar?















Pinus pinaster (Herbário em S. Pedro do Sul, Mar 07)

As folhas são orgãos fundamentais para as plantas porque através delas a energia solar é absorvida e "armazenada" em ligações químicas de compostos orgânicos, os hidratos de carbono ou glícidos.
Por outras palavras, a planta capta a luz do sol e utiliza-a para construir (usando dióxido de carbono e água) moléculas com muita energia química acumulada, que irá ser gasta no dia-a-dia das células. A este conjunto de processos complexos dá-se o nome de Fotossíntese (quem já não ouviu falar, hã?).
As folhas das plantas são verdes porque possuem substâncias aptas a "capturar" a luz, pigmentos, variados sim, mas essencialmente clorofilas- como estas não absorvem, e por isso reflectem, os comprimentos de onda na zona do verde, a sua cor final é... o verde!
Afortunadamente, as plantas fabricam o seu próprio alimento, sendo denominadas Seres Autotróficos, e por isso sustentam toda a diversidade animal, a Vida na Terra. Constituem a base das cadeias alimentares, é delas que dependemos, mesmo se indirectamente.

Pensaram nisto ANTES de cortar uma árvore?


Ah! As raparigas desta turma muito desejariam sermos (humanos) também autotróficos- assim desapareceria a trabalheira das refeições... era só apanhar um belo "banho de sol". Sim!

gabriela




quinta-feira, 8 de março de 2007

Árvores velhas, muito velhas...


Queremos dar-vos conhecimento de uma preciosidade...
Já alguma vez pensaram qual será a idade da árvore mais antiga do mundo? E a sua altura?
A que espécie pertence?

Aqui está o link para poderem desvendar o mistério:
http://home.austarnet.com.au/davekimble/bristlecone.htm

quarta-feira, 7 de março de 2007

Simplicidade (I)


Solanum nigrum (Herbário no Pisão, Jan 07)



Todas as opiniões que há sobre a Natureza
Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor.
Toda a sabedoria a respeito das cousas
Nunca foi cousa em que pudesse pegar, como nas cousas.
Se a ciência quer ser verdadeira,
Que ciência mais verdadeira que a das cousas sem ciência?
Fecho os olhos e a terra dura sobre que me deito
Tem uma realidade tão real que até as minhas costas a sentem.
Não preciso de raciocínio onde tenho espáduas.

Alberto Caeiro, Poesia

terça-feira, 6 de março de 2007

Valiosas? Apreciadas?


Natureza-Morta: Jarra com quinze Girassóis, V. Van Gogh
Arles, Janeiro 1889
Óleo sobre tela 95 x 73 cm
Amsterdão, Museu Van Gogh


Sim, as flores não são apenas apreciadas desde os tempos de hoje! Elas testemunham muitas gerações do homem e este, é certo, ficou desde o primeiro momento fascinado,tornando-se cativo de tal beleza...
Muitos são os pintores que as imortalizaram, tal como Vincent Van Gogh- não resistimos às suas belas e densas pinturas...ai-ai,sabem quanto valem estas flores, aqui desenhadas, hein? Nem queiram saber...

Amaryllis, antes e depois...

As flores dançam?

BEM-VINDOS!


Herbário em acção!
Somos os alunos do 12C e criámos este blog para vos mostrar o nosso trabalho de Área de Projecto.Esta pequena investigação consiste na concepção de um Herbário Digital do nosso concelho (S. Pedro do Sul), com imagens recolhidas em aulas de campo (vivam as aulas ao ar livre!).
Mais tarde, com ajuda de programas, equipamento especifico e principalmente(!) experts nas matérias, vamos criar uma ficha técnica para cada espécie vegetal. Podem observá-lo (ainda não está acabado) no sítio da nossa escola.