quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Há dias assim...


1, 2 ... 3408! (Adubinhos com insónia?), Jan 08


Vista parcial do nosso tesouro... congelado???, Jan 08

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Poesia & Inverno


Ramo de diospireiro, Jan 08

Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse
agradável,
Porque para o meu ser adequado à existência das cousas
O natural é o agradável só por ser natural.

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino,
Como aceito o frio excessivo no alto do inverno -
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita,
E encontra uma alegria no facto de aceitar -
No facto sublimemente científico e difícil de aceitar o natural
inevitável.

Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece
Senão o inverno de minha pessoa e da minha vida?
O inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço,
Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime,
Da mesma inevitável exterioridade a mim,
Que o calor da terra no alto do verão
E o frio da terra no cimo do inverno.

Aceito por personalidade.
Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos,
Mas nunca ao erro de querer compreender demais,
Nunca ao erro de querer compreender só com a inteligência,
Nunca ao defeito de exigir do mundo
Que fosse qualquer cousa que não fosse o mundo.

Alberto Caeiro, Poesia

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Selos da campanha



Caros leitores, chegaram os nossos selos!
O pintor Diogo Freitas da Costa concebeu uma pequena aguarela, inspirando-se nos azevinhos em frutificação. Depois foi só encomendar os selos, réplicas da pintura e... já cá estão ;))
Cada envio de sementes irá acompanhado deste exclusivo selo, de edição limitada, oferta dos Adubinhos. De que está à espera?
Agradecemos a Diogo Freitas da Costa a sua pintura e a João Pedro Graça pela ideia do "selo de campanha".
Catarina, Jorge, Mafalda e Gabriela

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Azevinho e as suas caracteristicas

Com o decorrer da nossa campanha parece-me oportuno divulgar algumas características do azevinho para que todas as pessoas fiquem a saber um pouco mais sobre esta planta autóctone.

O azevinho pertence a família das Aquifoliaceae, a qual contém também algumas espécies de árvores ou arbustos presentes em regiões temperadas.

Características morfológicas:

Possui um porte arbustivo ou arbóreo podendo neste ultimo caso alcançar uma altura de 8 a 10 metros. A casca do tronco e lisa e esverdeada, as suas folhas têm forma ablonga, são muito rígidas e reluzentes. As margens são onduladas e possuem espinhos (que tendem a desaparecer com a longevidade da arvore). As flores têm cor branca ou rosácea e podem nascer “sozinhas” ou em ramalhetes.
São plantas monóicas (um só sexo em cada planta), ainda que cada uma apresente vestígios do outro sexo.
O fruto é carnoso e muito apelativo para os insectos devido a sua cor vermelha ou amarela viva. A flor nasce entre Abril e Junho. Os frutos amadurecem em Outubro mas permanecem nas árvores durante muito tempo.

Utilizações:

É cultivada como planta ornamental, usada principalmente para adornos natalícios, a sua procura e tão intensa que neste momento e proibida a sua recolha no nosso país.
A sua madeira e de cor branca ou acinzentada, de textura fina e uniforme. Não flutua na água, e muito dura e difícil de trabalhar, mas em contrapartida é muito boa como combustível para lareiras.
Tem também algumas utilizações medicinais. Às suas folhas são atribuídas propriedades diuréticas. Os frutos são purgantes e provocam o vómito.

Jorge Vilar

Roda da sustentabilidade



Decida o futuro do seu planeta!

ler mais em: Oceanário de Lisboa

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Os Portugueses vêem mal?


Pormenor de árvore-cabide, Jan 08


Herbário zangado (!) logo pela manhã, Jan 08

Poderão as árvores serem confundidas com cabides?

domingo, 13 de janeiro de 2008

Gustave Courbet


The Oak at Flagey (The Oak of Vercingetorix), 1864
Oil on canvas (89 x 110 cm)
Murauchi Art Museum, Tokyo
"in our so very civilized society it is necessary for me to live the life of a savage. I must be free even of governments. The people have my sympathies, I must address myself to them directly."
Gustave Courbet
Saber mais: museu Courbet

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Reflexões de uma guerra anunciada


Belazaima no Inverno, Paulo Domingues

(Balada do encanto e do desencanto)

Fria manhã de Domingo, num pequeno bosque de carvalhos à beira rio. Ainda é possível o encantamento. Aqui um tentilhão que mostra orgulhoso os seus dotes de bom cantor, ali um par de chapins que entre os ramos nus saltita a sua dança de enamoramento, mais além as pequenas carricinhas, que mais parecem novelos levados pelo vento... Só as árvores dormem ainda o seu sono invernal. Dentro dos seus gomos ensaiam já uma sinfonia primaveril. O mesmo tema desde tempos imemoriais. A eterna magia das variações. Lá bem alto no céu um bando de corvos faz a sua aparição, e pousa inquieto numa grande árvore. De que presságios serão portadores, que destino anunciarão? E quando as rodas do tempo pareciam ter parado, como que baralhadas por uma pequena briga entre os corvos, eis que um súbito evento as põe de novo em marcha, afastando as aves para longe: aproximam-se homens, e vêm acompanhados de ruídos que perturbam a serenidade matinal da criação: explosões, cornetas, gritos... Avançam decididamente mas dos seus olhos esconde-se o encantamento. E também a desgraça. Caminham sobre as entranhas de uma Terra desventrada, procuram trofeus entre os despojos de uma guerra temporariamente vencida. E embriagam-se com o delírio, e com o orgulho. Longe, sobre as pedras de uma calçada, ou sob as luzes ofuscantes de uma modernidade de ilusões, outros ignoram tudo isso. Perderam o fio que os ligava à teia universal da vida, e não compreendem que ela se vai emaranhando a pouco e pouco. Silenciosamente, e por vezes imperceptivelmente.
Acordai! Homens adormecidos num inverno de perigosa melancolia. Ouvi os suspiros de uma Terra em lamentos de agonia!...
Afastam-se os homens, desvanecem-se os seus clamores gentios, de uma pedra ficam gotejando lágrimas de sangue. É a Terra Mãe entristecida. Mas não ficará assim por muito tempo. Mãe generosa, mesmo humilhada pelos seus filhos mais nobres, sempre guardará para eles o melhor dos seus frutos. E, numa metamorfose, reaparece o encantamento.


Paulo Domingues

Saber mais: Belazaima

domingo, 6 de janeiro de 2008

Simplicidade (VII)


Rubus fruticosus, Jan 08

"Desconfiar dos homens (começando por nós próprios) mas não desesperar deles. Esta máxima, que descobri (?) ainda adolescente e venho praticando com insucessos estrondosos (sempre que confiei demasiado ou precipitadamente) obriga a uma feia coisa que é a hipocrisia. Lidar com uma pessoa, diariamente, e esconder o que pensamos dela, das suas ambições, possibilidades confessadas ou arrogantes, da sua mitomania exarcebada. Obrigar a mentiras piedosas ou a silêncios reservados ou a troças pequeninas, ironias benevolentes e, talvez por isso, ainda mais cruéis. Fingir não ver, não perceber. Enfiar o barrete (todos os que o Outro queira) com um à-vontade de estupidez risonha."

Luiz Pacheco, Diário Remendado (1971-1975)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Vida


Herbário no jardim da Escola, Abril 07

Dizemos que precisamos dela...
Mas será que lutamos por ela?

Lutamos por aquilo que nos faz falta?
Há tantas vidas que se
SACRIFICAM
Em prol de outras...
Tantas vidas que se agarram,
Com unhas e dentes,
E não desistem...

E agora pergunto:

Porquê?
Porque andamos em guerra?
Porque queremos poder?
Dinheiro?
Não é muito melhor termos vida?
Podermos, simplesmente, respirar?

Apreciemos a nossa maior dádiva...
Nunca sabem se
Hoje é a última oportunidade
De agradecer a todas as pessoas que merecem...
De dar um último abraço àquela pessoa especial...

Por isso...

Não se calem
Ou não deixem de fazer aquele gesto
Só porque parece estúpido
Ou embaraçoso...

Dêem o melhor
Para o receber...

Catarina Cancela

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Bermas de estrada: estilo português?


Herbário (estupefacto) em S.Pedro do Sul, Maio 07

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo...

Falaram-me em homens, em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si,
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Alberto Caeiro, Poesia