quinta-feira, 6 de março de 2008

Conversas de Herbário: "True colors are beautiful, like a rainbow... "


Autoretrato de T-shirt, Diogo Freitas da Costa
2006, acrílico s/tela, 40x40cm

Pode apresentar-se, por favor?
Chamo-me Diogo Freitas da Costa, tenho 35 anos, sou português e vivo em Lisboa.

O que faz?
Sou Pintor, Artista Plástico.

Que dificuldades tem, como pintor, nos dias de hoje? E quais são para si as compensações, ou seja, por que se realiza nesse tipo de trabalho?
A maior dificuldade, em termos materiais, é assegurar a estabilidade financeira. Ter um trabalho que permita fazer planos ou desenvolver projectos a longo prazo, sem preocupaçoes financeiras. Noutro plano, embora indirectamente relacionado com o anterior, a grande dificuldade para mim enquanto pintor é o meu desenvolvimento profissional. O tipo de realização num trabalho como a pintura é imenso. È uma fonte de prazer e de aprendizagem. É um grande desafio físico ( visual, motor, etc) e mental (idealização, compreensão, conceptualização), e o resultado que se pode obter dá-nos satisfação nesses dois domínios. Além disso, a conseguir por sua vez fazer outros experimentarem essa mesma satisfação é muito bom.

Gosta que a sua arte chegue às pessoas? Como sente a critica? Qual o seu valor?
Gosto. Da mesma maneira que gosto de ver arte de outros. A crítica é muito importante. É importante saber pôr o trabalho em primeiro plano, e não interpretar as criticas que lhe façam como criticas a nós.

Segue a sua inspiração ou pelo contrário procura perceber o que as pessoas apreciam? Ao pintar sente-se de alguma forma condicionado? É livre a pintar?
É impossivel não se ser condicionado, ter limites (internos e externos). É tão importante quanto a crítica dos outros. Gosto de saber o que os outros apreciam, e isso não diminui a minha liberdade a pintar.

Das pinturas que realizou tem alguma favorita? Podemos saber? Fale-nos do que gosta de pintar, os seus temas/ inspirações.
Não tenho nenhuma pintura favorita. Gosto de pintar o que vejo. Gosto da sensação de transformar uma coisa que vejo num objecto que por sua vez é visto por outros. Para usar um termo da ecologia, é parecido com reciclar a visão.

Pode dar-nos a sua definição pessoal de “Arte” e de “Belo”? Estão sempre ligadas?
Não tenho uma definição minha, nem para arte, nem para belo. Penso que são conceitos inseparaveis, mas dificeis de definir. Penso que a beleza é sempre um parâmetro central em toda a produção de arte.

Sendo artista, como vê a Natureza? Que importância ela tem para si?
O outro dia fui ver a definição de natureza num dicionário, e encontrei uma definição segundo a qual a natureza é tudo aquilo que existe independentemente da acção humana. Acho uma boa definição.

Diogo Freitas da Costa
Saber mais: Aqui!

Nota: O titulo deste post foi retirado de uma musica de Cindy Lauper - "True Colors" ( lyrics by T. Kelly/ B. Steinberg) Album "True colors", 1986

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