quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

B.I. Vegetal


Ilex aquifolium L., Dezembro 07

Nome cientifico: Ilex aquifolium L.

Habitat: acompanha o coberto vegetal natural de características atlânticas e subatlânticas da Europa, encontrando no carvalhal caducifólio o seu habitat, assim como nas margens de cursos de água; por vezes é pioneira nas áreas temperadas.

Distribuíção geográfica: Nativa de regiões temperadas (norte de África, Europa ocidental, meridional e Ásia). Em Portugal encontra-se espontaneamente nas serras ocidentais, nas zonas de influencia atlântica.

Características da espécie: Arbusto ou árvore de folhas persistentes, com crescimento lento que pode atingir até 20 metros de altura, de copa cónica e estreita. Espécie funcionalmente unissexual, e mais raramente hermafrodita (as plantas femininas têm estames rudimentares sem anteras e as masculinas possuem um pequeno ovário). Casca lisa, cinzenta, tornando-se rugosa com a idade.

Constituintes- Ilicina- um constituinte amargo; Flavonóides- (rutina, glicósidos da quercetina, campferol); taninos; ácidos aromáticos (clorogénico), triterpenos (amirina, ácido ursólico) e resina.

Época de Floração- Maio/Junho.

Época de Frutificaçao- amadurecem no final do Verão e perduram durante o Inverno.

Folhas- alternas, possuem margem ondulada e espinhosa, (encontrando-se por vezes nas partes mais altas dos exemplares maiores, folhas quase sem espinhos), 5-12 cm de comprimento, coriáceas, com uma forte nervura marginal verde clara, glabras, verde-lustroso na pagina superior e verde-mate na página inferior da folha.

Flores- pequenas (até 1 cm de diâmetro), brancas, funcionalmente unissexuais ou, mais raramente hermafroditas.

Fruto- drupa, carnudo, globuloso, com 4 a 5 sementes; pequeno, vermelho.

Aplicações medicinais: Planta pouco estudada e talvez por isso pouco usada em preparações fitoterápicas. Os constituintes amargos conferem-lhe propriedades eupépticas.É usada em afecções reumáticas devido à sua acção diurética; bronquite crónica, perda de apetite, icterícia. O cozimento das folhas frescas é sudorífico (provoca transpiração) e febrífugo (faz baixar a febre).
As bagas são tóxicas: a sua ingestão (pensa-se que a partir de 5) pode causar diarreia, vómitos e convulsões.

Curiosidades: A familia das Aquifoliaceae, à qual pertence o azevinho, possui uma via metabólica capaz de levar à produçao de cafeína.


Adaptado de: Jornal da Quercus (janeiro/fevereiro 2008), de "FLORA IBERICA, Plantas Vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares" (vários autores) e de "Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia" (vários autores), da Fundação Calouste Gulbenkian.

Mitos e Lendas: O azevinho é um dos símbolos do Natal porque dizem que "estendeu os seus ramos" durante a fuga da Sagrada Família para o Egipto para esconder Maria e o Seu Filho e assim impediu que os soldados de Herodes matassem o Menino Jesus. Então Maria, em agradecimento, abençoou o azevinho que, desde então, permaneceu sempre verde.
Para além de oferecer azevinho como presente, os romanos consideravam-no um símbolo de paz e felicidade, e os magos celtas usavam-no como antídoto contra venenos.


Jorge Vilar

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