sábado, 23 de fevereiro de 2008

Era uma vez


Ilex aquifolium L. (azevinho)

... três raparigas (uma delas de meia-idade já) e um rapaz. Convém referir a vulgaridade destas pessoas, um grupo heterogéneo em muitos aspectos mas com o gosto, comum, pelas árvores, a natureza selvagem. Eles trabalhavam conjuntamente num pequeno projecto sobre plantas e ambiente, em que a mulher velha era uma espécie de "orientadora", propunha tarefas e distribuía-as consoante o gosto pessoal de cada um; ouvia os jovens na sua criatividade, elogiando-os mas também ralhando quando os sentia preguiçosos, distraídos: enfim, uma "mãe-de-trabalho".
Um dia, igual a todos os outros que estão próximos do Natal, em que se sente o espírito da quadra e se fica com vontade de fazer algo relacionado mas diferente - uma certa necessidade «obscura mas urgente» em mudar o mundo, romper com a vulgaridade sufocante das rotinas - a conversa entre eles andava às voltas, ia e vinha na procura de inspiração para textos escritos. Esses trabalhos seriam (como de costume) publicados na internet no endereço de um blogue, o deles. Assim, o rapaz - que ficou encarregue de escrever algo sobre o Dia Nacional da Floresta Autóctone -resolveu apelar à preservação do azevinho selvagem. E se as pessoas plantassem azevinhos nos seus quintais em vez de espécies introduzidas e caras (!), palmeiras e outras afins, que destoam imensamente no nosso ambiente paisagístico? Por que não?
Esta ideia ficou a roer, rrr, as cabeças deste grupo pelo resto do dia, especialmente a da "velhota", que se inquietou ao sentir que por vezes é tão fácil mudar o curso do caminho... basta ser ousado e acreditar na diferença? No instante seguinte estavam todos reunidos a tagarelar (hum, discutir) sobre a oferta de frutos dos azevinhos dos seus quintais - por sorte possuiam algumas árvores repletas: era só o trabalho de os recolher, guardar e distribuir pelos interessados. Caramba, até parecia fácil...

Este é o começo da nossa história. Como acabará?
gabriela

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