quinta-feira, 25 de outubro de 2007

George Steiner: "Is science nearing its limits?"


Outono 2007

O Professor Steiner proferiu hoje de manhã na fundação Calouste Gulbenkian uma admirável palestra sobre os limites da ciência.
Ah, não poderia ter feito de outra maneira - «lisar» as rotinas - para manhã cedo estar em Lisboa e não perder migalha.
A montanha foi a Maomé...
Ouvi-o, emocionada, um corpo já velho mas com uma mente aguçada e atenta aos problemas do seu (nosso) tempo: um cérebro com a sabedoria dos muitos anos de vida e do conhecimento adquirido mas sensível à actualidade, reflectindo limpidamente sobre ela. Steiner é para mim um visionário, um «profeta moderno».

"O ruído tecnológico", ensurdecedor, ocupa hoje a nossa vida de uma forma absorvedora, já não o dispensamos mesmo em aspectos banais, do dia-a-dia. Steiner defendeu que a nova diversidade está assente na proliferação da tecnologia, novos e muitos ramos de ciência, micros e macros conhecimentos, até onde os instrumentos tecnológicos conseguirem alcançar. Mas terá a Ciência conseguido os seus propósitos? O constante e ilimitado progresso (Steiner) tornará as pessoas mais felizes? Ou, pelo contrário, açambarcou o espaço ao redor do homem, apertando e apertando mais, como uma cerca de buraco negro, não deixando ver para além? É que a vida de todos não melhorou substancialmente podendo a ciência ter o seu quinhão de culpa, ao contribuir para aspectos menos nobres e bons do relacionamento entre humanos e até com outras espécies. Gestão sustentável de recursos e globalização, dois conceitos intrinsecamente ligados?

Então qual o fim último da Ciência? O conhecimento só por si? O bem-estar da comunidade? A satisfação pessoal dos homens de ciência? Surdez, falta de humildade e incapacidade de comunicar, são, segundo Steiner, aspectos que actualmente poderão caracterizar alguns dos modernos cientistas. Olharão demais para o seu umbigo e de menos para as pessoas em geral, o povo? Para onde foi a beleza e a bondade de se pensar na comunidade e não em si (prémios, fama, bens) ou em "minorgrupos" específicos?

Para mim a Ciência atingirá o limite se desviar irreversivelmente o Homem da Natureza. Como aguentaremos?

gabriela

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